Infelizmente meu avô já faleceu. Seria enriquecedor ouvir da sua experiência por já ter passado pela crise nos anos 30 do século XX. Ou saber da sua opinião sobre a atual reforma ortográfica, sancionada justo pelo Presidente Lula, quem menos “esquentou” os bancos escolares, comparado a nós, caro leitor.
Bem, deixando minha indignação de lado, vamos diretamente ao assunto que diz respeito ao futuro de todos nós. Devemos analisar a chamada crise financeira nos Estados Unidos com preocupação e neutralidade, para assim, termos uma melhor compreensão dos fatos que já entraram para história, podendo evoluir para como marco da queda do império norte-americano, assim como o Império Romano e Egípcio no passado.
Quanto à participação do Estado na economia, acho que nada mudou, nesse aspecto continuo adepto ao modelo neoliberal, por experiência brasileira própria: saiu Fernando Henrique, representante da ala direita da política brasileira, entrou o Lula que foi o ícone da esquerda – que, para tanto, precisou se adaptar para chegar ao Planalto, dando seqüência à política instaurada por FHC. O importante mesmo, nesses dois governos – que deveriam ser antagônicos – foi a mesma postura do Banco Central Brasileiro. Discordo somente do fato de que os mercados se auto-regulam por si mesmo, sem a necessidade de intervenção do Estado na economia.
Ao Estado caberia um papel fiscalizador e social, prezando por uma distribuição mais igualitária da renda, diminuindo o abismo social, inclusive nos países ditos desenvolvidos, que sofreram em conseqüência para a coesão social que isso implicou. Sem esquecer-nos da revolta de imigrantes não só na França, como em vários outros países ao redor do globo.
A administração de George W. Bush optou, mais uma vez, pelo caminho errado, injetando milhões de dólares nos mercados bolsistas, a fim de evitar desesperadamente algo semelhante ao que se passou, exatamente, em outubro de 1929. Só que as razões para essa crise são outras, num cenário completamente diferente, o que torna a atual crise muito mais agravante.
Os EUA estão sofrendo as conseqüências de anos de arrogância e miopia competitiva. O seu protecionismo exagerado não foi suficiente para impedir os escândalos coorporativos, e sua atitude de não assinar o Protocolo de Quioto só fez com que as condições climáticas propiciassem o aumento no número de tornados que assola a região. O capitalismo selvagem, personificado na figura norte-americana, só poderá levar a humanidade ao abismo e à destruição, em todos os seus aspectos: político, econômico, social e até ecológico, tal como podemos ver em todos os campos citados.
Em época de eleições, não vejo outra saída se não sugerir um “marketeer” para tentar salvar o que resta da imagem e da reputação da maior nação do mundo, que poderá perder o trono, mas não a pose.
Joseph Hirsch, Lunch Hour (1942)
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